24 POR 24

dia 16

Você está perdido ou está certo?

Essa expressão russa é usada para transmitir quando alguém finalmente decide fazer algo que tem medo de fazer há muito tempo.

Hoje, nós o usamos para descrever e celebrar aqueles que deixaram para trás um regime que os deixou para trás há muito tempo sem queimar as pontes que permitem que suas mensagens continuem chegando aos ouvidos russos.


Alguns deles partiram muito antes de Putin dizer às mães dos soldados que “morrer nas trincheiras é melhor do que morrer com vodca”, preparando o terreno para outros seguirem. Como Mikhail Khodorkovsky, que apoiou vários projetos de mídia e da sociedade civil dentro da Rússia antes que o governo os fechasse e processasse seus líderes. 

Ou como Sergey Lagodinsky, que tomou o caminho do auto-exílio em 1993 e desde a invasão lidera um esforço para ajudar os emigrantes políticos russos a obter vistos humanitários em toda a União Europeia

Alguns deles saíram mais rápido do que o planejado, como Ekaterina Schulmann, uma cientista política cujas verdades sobre a guerra lhe valeram a designação de “agente estrangeiro”. “Depois de 24 de fevereiro, tornou-se evidente que nossa antiga vida havia acabado. Foi como o fim do mundo em tempo real”, disse Schulmann sobre sua decisão de deixar a Rússia com seus três filhos pequenos. A saída não a silenciou, pois seu YouTube continua alcançando mais de 1 milhão de assinantes, a maioria dos quais na Rússia.

Alguns deles saíram para salvar seus filhos do recrutamento militar, como Polina, uma especialista em tecnologia de internet de 35 anos que se sente frustrada com a desarticulação dos esforços individuais da oposição. “Não temos uma oposição unida, não temos líderes, não entendemos o que devemos fazer”, lamenta Polina.

E assim o #24for24 de hoje é uma exortação aos exilados para continuarem construindo pontes para algo novo, mesmo quando não está perfeitamente claro que forma isso toma. Uma coisa é certa, não vai assumir a forma de uma guerra contra uma nação inocente.